data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Deni Zolin (Diário)
Assinatura do contrato entre o governo do Estado e grupo espanhol aconteceu na terça-feira, em Santa Cruz do Sul
Santa Maria e região entram, a partir de 20 de agosto, em uma nova era de investimentos de infraestrutura, com a concessão e previsão de duplicação integral da principal ligação da cidade com Porto Alegre. Será nessa data, daqui a um mês, que a concessionária Rota de Santa Maria, do grupo espanhol Sacyr, assumirá os 204 km da rodovia e vai começar as obras de recuperação. A assinatura oficial do contrato da primeira concessão realizada pelo governo Eduardo Leite (PSDB) ocorreu na terça-feira, em solenidade no viaduto Fritz e Frida, em Santa Cruz do Sul - cidade que será a sede da concessionária. A concessão será pelos próximos 30 anos, mas prevê que, no máximo, daqui a 21 anos, toda a rodovia esteja duplicada. A Sacyr pretende antecipar esses prazos de duplicação e realizar as obras antes para atrair mais usuários para a rodovia. O investimento total nessas três décadas está previsto em R$ 2,7 bilhões.
- Estamos muito felizes, honrados e motivados com esse desafio. Muito mais do que investimentos, estamos trazendo para essa região toda a nossa experiência e conhecimento na área da concessões de mais de 4 mil km de rodovias. No Brasil, crescimento e desenvolvimento se passam, literalmente, por estradas. Por isso, elas precisam ser seguras, eficientes e adequadas a necessidade de seus usuários. E esse é o compromisso que assumimos hoje com o governador e com a comunidade da região - afirmou Leopoldo Jose Pellon Revuelta, diretor Latam e Norteamérica da Sacyr Concessões.
Em 20 de agosto, a concessionária assume a rodovia e as duas praças de pedágios da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), com os valores caindo de R$ 7 para R$ 3,70 para automóveis. No 1º ano de concessão, a empresa terá de fazer a recuperação inicial da estrada, tapando buracos, consertando o acostamento precário e sinalizando os 204 km. Só então poderá começar a cobrar pedágio nas três novas praças de cobrança, a partir de julho ou agosto de 2022.
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Além disso, de agosto de 2022 a agosto de 2026, até o 5º ano da concessão, a Rota de Santa Maria terá de fazer uma recuperação mais completa de toda a rodovia e duplicar os trechos urbanos. Em Tabaí e Santa Cruz do Sul, a duplicação da área urbana será no 3º ano, ou em 2024. Já as travessias urbanas de Candelária, Novo Cabrais, Paraíso do Sul e um trecho de 1,5km da saída do trevo do Aeroporto de Santa Maria em direção à Capital precisarão ser duplicadas até o 4º ano, em 2025. Além disso, o contrato prevê duplicação dos trechos rurais de Tabaí a Novo Cabrais do 6º ao 9º ano da concessão, o que ocorreria entre 2027 e 2030, e o restante, até Santa Maria, até o 21º ano (até 2042).
Obras antecipadas
Porém, a Sacyr já pediu para antecipar as obras de duplicação e, até 2026, quer duplicar totalmente os 128 km da rodovia entre Tabaí e Novo Cabrais para atrair mais motoristas a usarem a RSC-287. Também estuda duplicar, até o 5º ano, mais 18km do trevo de Cachoeira em direção a Santa Maria.
Questionado pelo Diário sobre a capacidade financeira da Sacyr para duplicar os mais de 200 km de rodovia cobrando o valor de R$ 3,70 nos pedágios, o governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou que as novas concessões terão alteração, mas que tem certeza de que a empresa irá cumprir com o contrato.
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- Para garantir essas condições é que alteramos o modelo daqui para frente. Os próximos serão com um desconto na tarifa até o limite de 25%, da forma de garantir que a gente não tenha risco nas próximas concessões. Estamos seguros que nesse caso não há risco, na medida em que é uma empresa (Sacyr) com fôlego, estrutura, capacidade de investimento e que vai entregar bons resultados - enfatizou Leite, lembrando que a agência Agergs vai fiscalizar o cumprimento do contrato e a qualidade das obras.
- Tem dois aspectos fundamentais. A primeira é salvar vidas, pois é uma estrada com muitos acidentes, inclusive com mortes. A segunda é que a concessão vai ampliar o desenvolvimento econômico da região - afirmou o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB).
- Não podemos mais permitir que vidas se percam nem que a rodovia opere com a capacidade esgotada - diz o secretário de Transportes do RS, Juvir Costella.
Motoristas e autoridades se dividem sobre a concessão
Os moradores da região onde a praça de pedágio no distrito de Palma, em Santa Maria, será instalada não estão satisfeitos com a novidade e questionam a cobrança da tarifa de quem reside nas localidades próximas. O agrônomo Marco Dotto tem propriedade rural em Palma há 50 anos. Para ele, o pagamento de impostos deveria ser suficiente para que a população tivesse vias em boas condições.
- Existe um apego à questão de que só com pedágio nós vamos ter estradas boas. A estrada boa já é uma obrigação por si só, já pagamos impostos. O pedágio é apenas um pretexto para cobrar mais do povo.
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Na última sexta, foi publicado no Diário Oficial do Estado o decreto de desapropriação da área onde o pedágio será construído. O filho da proprietária da terra de meio hectare afirmou, por telefone, que a família ainda não foi comunicada pelo governo. Na área, está sediada uma associação, que arrenda o espaço.
Os motoristas se dividem sobre a cobrança. A professora Fernanda Simonetti, que passa pela RSC-287 com frequência, acredita que pagamento é viável se for para a melhoria da estrada.
- Eu espero que tenha melhorias. Se continuar do jeito que está fica pesado para quem transita com frequência de Santa Maria para a Quarta Colônia.
O vendedor Saulo Genro diz que o pagamento do IPVA deveria ser suficiente para que condições de rodovias fossem ideais:
- Eu acho que já pagamos um horror de impostos. Olha a gasolina, o preço que está. Acho que o governo deveria repensar a instalação do pedágio. (Colaborou Jaiana Garcia)
Valores por tipos de veículo
- Automóveis: R$ 3,70
- Automóveis + semirreboques: R$ 5,55
- Automóveis + reboques: 7,40
- Veículos comerciais de 2 eixos: R$ 7,40
- Veículos comerciais de 3 eixos: R$ 11,10
- Veículos comerciais de 4 eixos: R$ 14,80
- Caminhões de 5 eixos: R$ 18,50
- Caminhões de 6 eixos: R$ 22,20
- Caminhões de 7 eixos: R$ 25,90
- Caminhões de 8 eixos: R$ 29,60
- Caminhões de 9 eixos: R$ 33,30
- Caminhões de mais de 9 eixos: R$ 37,00
- Motos: R$ 1,85